segunda-feira, 16 de junho de 2014

Encontro do Divino

A irmandade do Divino visitava as casas durante o mês que antecedia à festa do Padroeiro. Eram pousos e almoços (ainda hoje acontecem, mas parece que antes essas festas eram mais concorridas e mais alegres). Á frente vinha os alferes com a bandeira e o Divino, representado simbolicamente por uma pombinha. Depois vinha a diretoria e mais atrás os outros membros. O folião trocava viola e cantava com os meninos. Um dos componentes carregava o trabuco que era disparado para avisar da chegada da irmandade. Aí então, o povo esperava, saía em procissão com uma imagem (geralmente N. Sra. Aparecida) e ia encontrar (era o chamado "Encontro do Divino").

Quando alguém tinha alguma promessa a cumprir, deitava-se no chão para que o Divino e toda a irmandade lhe passasse por cima.

Nos pousos, depois que todos comiam, eram realizados leilões de prendas oferecidas pelos fieis a fim de arrecadar fundos para os irmãos do Divino.

Essas festividades iam até altas horas e os "irmãos" dormiam no mato ou em algum canto escondido.

Festa do Divino. Obra de Jean-Baptiste Debret,

Os Imigrantes

Imigrantes europeus posando para fotografia no pátio central da Hospedaria de Imigrantes de São Paulo,

Bofete, no início de sua formação, recebeu imigrantes de localidades próximas, como Botucatu, Sorocaba, São Paulo e ainda inúmeras famílias vindas de Minas Gerais, além de brasileiros oriundos de várias localidades que vieram trabalhar no reflorestamento e empresas que aqui estabeleceram.

A imigração estrangeira no município só começaria em meados do século XIX. Muitas famílias tradicionais de Bofete são de origem italiana, portuguesa, libanesa, espanhola, polonesa e alemã, e ainda de outras nacionalidades.

O Petróleo no Brasil

Hoje, quando se fala em petróleo, a palavra Bofete pode não significar nada para a maioria da pessoas. Mas Bofete foi o local da perfuração do primeiro poço profundo de petróleo brasileiro, cuja sondagem se deu entre os anos de 1892 e 1897.

Um rico fazendeiro de Campinas, Eugênio Ferreira de Camargo, realizou seu projeto de exploração de petróleo na região. Para dar asas ao seu sonho, Camargo importou uma sonda e trouxe uma equipe de Técnicos dos EUA para perfurar um poço de 448 metros de profundidade, de onde se retirou apenas água sulfurosa e dois barris de óleo.

Sua frustração, entretanto, não foi em vão. Daí em diante, o Brasil despertou definitivamente para a busca de petróleo, e movimentos foram feitos para profissionalizar a atividade.

Eugênio Ferreira Camargo e seus auxiliares na perfuração do primeiro poço de petróleo do Brasil 
no Município de Bofete no ano de 1892.


Atual poço de água sulfurosa, onde foi perfurado o primeiro poço de petróleo do Brasil, 2009.

O Gigante Adormecido

Vista do vale do gigante, 2014.












Bofete tem em seu território uma interessante configuração geológica chamada Gigante Deitado ou Gigante Adormecido, formado por morros com desenho de uma figura humana que somente pode ser vista a distância, da Rodovia Marechal Rondon ou da Rodovia Castello Branco. Esse lugar é muito procurado por turistas e ufólogos.